quarta-feira, 5 de junho de 2019

....................O Navio das Noivas....................

Título: O Navio das Noivas
Autor: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
N° de Páginas: 384 
Ano: 2005

               Esposas de Guerra 

Austrália, 1946. É terminada a Segunda Guerra Mundial, chega o momento de retomar a vida e apostar novamente no amor. Mais de seiscentas mulheres embarcam em um navio com destino a Inglaterra para encontrar os soldados ingleses com quem se casaram durante o conflito. Em Sydney, Austrália, quatro mulheres com personalidades fortes embarcam em uma extraordinária viagem a bordo do HMS Victoria, um porta-aviões que as levará, junto de outras noivas, armas, aeronaves e mil oficiais da Marinha, até a distante Inglaterra. As regras no navio são rígidas, mas o destino que reuniu todos ali, homens e mulheres atravessando mares, será implacável ao entrelaçar e modificar para sempre suas vidas. Enquanto desbravam oceanos, os antigos amores e as promessas do passado parecem memórias distantes.
  Narrado em terceira pessoa, O Navio das Noivas possui dois contextos, o presente e o passado. Assim, embora as memórias e as lembranças sejam, de fato, o principal foco da obra, a pequena narrativa na perspectiva presente tem o papel de entrelaçar os acontecimentos iniciais e finais. 
  O ano é 1946, após o triste período de guerra, finalmente, a paz. Mas o que fazer com as consequências de seis anos de conflito? As decisões impensadas? Tomadas no calor da emoção? Bom, embora muitas vezes não paremos para pensar a respeito, decisões assim eram comuns naquela época, não só no próprio cenário da guerra, mas também nos relacionamentos. Em tempos de guerra, o casamento rápido e imediatista era comum. Uma, duas semanas, um mês de convivência era suficiente para que soldados se casassem com jovens mulheres  que conheciam durante missões em outros países e continentes. É nesse contexto que acontece a história de O Navio das Noivas. 
  A obra conta história de Avice, Jean, Margaret e Frances, mulheres australianas que se casaram com soldados ingleses e que agora, ao final da guerra, optam por embarcar em um navio da Marinha Real Britânica, a fim de reencontrar seus amados, rumo ao desconhecido e a uma nova vida.

   Logo de cara, percebe-se que a viagem não será tão fácil assim. Para começo de conversa, o navio que as levará para a Inglaterra é um porta-aviões, o HMS Victoria (que realmente existiu), um navio de guerra, cheio de marinheiros, que foi adaptado para receber cerca de 600 ansiosas e talvez desesperadas  recém-casadas. Assim, a mesquinha e arrogante Avice, a jovem e inconsequente Jean, a gentil e engraçada Margaret e a séria e misteriosa Frances acabam dividindo a mesma cabine ao longo de seis semanas de viagem. Naturalmente, a vida em alto mar era cheia de restrições, proibições e atividades obrigatórias. Em um ambiente completamente diferente do que estão habituadas, com personalidades distintas e cercadas por estranhos, as personagens encontram grandes dificuldades. Dessa forma, toda a narrativa se dá em torno dos conflitos, problemas e surpresas que as mulheres enfrentam durante a estadia no navio.
  Embora as primeiras páginas sejam um pouco arrastadas, a narrativa ganha contornos emocionantes quando, aos poucos, uma noiva vai se tornando suporte e apoio para a outra em face a um futuro incerto, longe da família, dos amigos e, claro, muitas vezes sem sequer conhecer seus noivos direito, dadas as circunstâncias do casamento.  Ao longo da história, acontecem diversas controvérsias e é triste ver a forma como algumas mulheres acabavam sendo, por que não dizer, descartadas, recebendo cartas como "Você não é bem vinda, não venha", e tinham que voltar para casa na primeira oportunidade, menosprezadas por seus "maridos" canalhas

  Também ganham destaques as histórias do comandante do navio, que lida com seus próprios medos e temores depois de uma vida inteira servindo a marinha e de um fuzileiro, que carrega consequências de suas escolhas da vida em alto mar.
  De uma forma geral, a narrativa é comovente e tocante, retratando uma realidade que marcou milhares de pessoas que viveram na fase do pós-guerra, e foi esse um dos fatores que me fez ter carinho pela história. É maravilhoso quando um livro nos apresenta um cenário, um contexto, um mundo que não conhecíamos. É exatamente isso que O Navio das Noivas nos proporciona. 
  Na maioria das vezes, quando estudamos os antecedentes de um cenário de guerra, sua ocorrência e consequências, nos é apresentada a conjuntura política, econômica, social, mas dificilmente vemos os pormenores da vida dos indivíduos, é tudo muito geral. Eu nunca parei para pensar que houve milhares de homens e mulheres que se casaram, mas foram afastados nessas circunstâncias específicas, entendem?  Mulheres que levaram semanas viajando para encontrar maridos que nem conheciam direito. Já imaginou como deveria ser isso?
  Jojo se inspirou na história real de sua vó, que realizou o mesmo percurso após o final da guerra para encontrar seu amado, felizmente, a história dela teve um final feliz (Você pode sobre isso aqui), talvez um conto de fadas real. Portanto, se você gosta de livros com uma pitada de história, fatos reais, romance e  sentimentalismo, vai amar O Navio das Noivas. Fique a vontade para descobrir se Avice, Jean, Margaret e Frances encontraram seus próprios finais felizes... :) 
  Acho que por hoje é só!
Obrigada por lerem,
Fiquem com Deus,







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