Título: Nuvens de Ketchup
Autora: Annabel Pitcher |
Garota Passarinho
Indicado ao prêmio Edgar Allan Poe na categoria juvenil, Nuvens de ketchup é o segundo romance da inglesa Annabel Pitcher, autora do também premiado Minha irmã mora numa prateleira. A trama gira em torno da jovem Zoe, que narra, por meio de cartas enviadas a um prisioneiro condenado à morte, seu dia a dia com a família, seus envolvimentos românticos e um segredo sombrio que ela não tem coragem de contar a mais ninguém. As inúmeras dimensões dramáticas da jovem protagonista e a narrativa cativante mostram o desabrochar da juventude e percorrem temas como amor, culpa, luto, erros e acertos de forma sensível e bem-humorada.O que despertou minha curiosidade nesse livro tenho que confessar, foi o título. Muitas vezes, temos o péssimo hábito de julgar um livro pela capa, ou nesse caso, pelo título e aí pode ser ou não, aquilo que esperamos...
Mas vamos a resenha! Como é retratado na sinopse, o livro é narrado através de cartas que são
escritas por Zoe e endereçadas a um prisioneiro no corredor da morte. Zoe, que
a propósito, não é seu verdadeiro nome, guarda um segredo terrível, ela cometeu
um crime e não tem coragem de confessar para ninguém. Por meio de um site do
corredor da morte, descobre informações sobre o Sr. Harris, que assassinou a
esposa e está em seus últimos meses de vida, aguardando a data de sua morte.
Pesquisei um pouco sobre o assunto, e descobri que existe uma organização suíça sem fins lucrativos chamada Lifespark que foi fundada em 1993. E que realmente promove a comunicação entre prisioneiros no corredor da morte estadunidense e voluntários, um dos objetivos é oferecer apoio aos presos. Acho isso curioso. Escrever cartas para alguém que possivelmente já está com os dias contados? A pessoa deve evitar desenvolver algum tipo de apego emocional e isso é claramente compreensível.
Mas continuando, essa é a chance de Zoe desabafar. Ela lá na Inglaterra e ele lá nos Estados Unidos, é a oportunidade de contar pra alguém, o que até então estava mantendo guardado.
Pesquisei um pouco sobre o assunto, e descobri que existe uma organização suíça sem fins lucrativos chamada Lifespark que foi fundada em 1993. E que realmente promove a comunicação entre prisioneiros no corredor da morte estadunidense e voluntários, um dos objetivos é oferecer apoio aos presos. Acho isso curioso. Escrever cartas para alguém que possivelmente já está com os dias contados? A pessoa deve evitar desenvolver algum tipo de apego emocional e isso é claramente compreensível.
Mas continuando, essa é a chance de Zoe desabafar. Ela lá na Inglaterra e ele lá nos Estados Unidos, é a oportunidade de contar pra alguém, o que até então estava mantendo guardado.
“Perguntas, perguntas, perguntas, perguntas cada vez mais altas, mais altas, desse jeito, e eu não sabia o que dizer. Eu estava começando a parecer suspeita, por isso era fundamental achar palavras, mas minha garganta estava vazia." página 28
Zoe escreve sobre o ano que passou e uma tragédia horrível da qual ela se sente
culpada. No decorrer das cartas e da narrativa, a história vai sendo
desenvolvida, alternada entre o presente e o passado.
Zoe é a mais velha de três irmãs, Soph é a do meio e Dot a caçula que é deficiente auditiva. Ao longo da história percebemos que o
convívio familiar não tem estado muito bom, devido a uma série de motivos, que não
vou detalhar para não tirar a graça, o que vou dizer, é que vemos como Zoe também está um tanto perdida em meio a tudo isso.
Por meio das cartas, Zoe conta ao Sr. Harris como conheceu um “garoto incrível” numa festa, e como na mesma festa beija um dos meninos mais populares de seu colégio. É a partir daí, que se inicia um triângulo amoroso e toda a confusão desencadeante da tragédia.
Por meio das cartas, Zoe conta ao Sr. Harris como conheceu um “garoto incrível” numa festa, e como na mesma festa beija um dos meninos mais populares de seu colégio. É a partir daí, que se inicia um triângulo amoroso e toda a confusão desencadeante da tragédia.
Achei a história bem desenvolvida, a
autora conseguiu, em minha opinião transmitir ao leitor o sentimento de Zoe, a
tensão, angústia e sofrimento que ela estava sentido, porém, em alguns momentos
ela divagava e não ia direto ao ponto, algo meio cansativo.
Foi divertida a
forma como Zoe vai desenvolvendo afeto pelo criminoso, apesar de nunca terem um
real contato, já que apenas ela escreve as cartas (quem ler vai entender). Entretanto, achei algumas coisas no final meio sem sentido e o título
um tanto vago. As Nuvens de Ketchup só são mencionadas realmente uma vez, e
achei que não foi algo significativo.
Apesar disso, como falei antes, o livro foi bem feito, a narrativa é calma e
flui normalmente. Zoe é uma personagem objetiva e espontânea. A autora
conseguiu tratar com simplicidade temas que muitas vezes são difíceis;
sofrimento, morte, culpa... Mas também retrata perdão, recomeço e novas
esperanças.
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